CAMISAO COSTAS PINUP
VEJA MAIS DETALHES
Poucas grifes conseguem surfar como a marca de Thomaz Azulay e Patrick Doering na herança do passado e na modernidade avant-garde sem cair nem na naftalina retrô nem na negação da origem. Inteligentes a dar com o pau, os meninos sabem tirar proveito do legado da Yes, Brazil!, lendária marca criada nos anos 1970 pelo pai de Thomaz, Simon, usando não apenas como convergência a presença forte das estampas corridas no DNA, mas também a exploração de um star system fiel à grife.
Embalando a ótima fornada de estampas – fartíssima, com animal print, motivos optical, pin ups à la Bette Paige cercadas de grandes felinos, paisley, bolas disco, cavalos alados -, um dream team marcante misturou a turma de Simon com a patota dos garotos em mélange divertida como naqueles happenings dos anos oitenta, auge da Yes. Antigas tops – Veluma, Silvia Pfeiffer, Betty Prado, Luciana Silva (aquela do clipe “Justify My Love“, da Madonna) e Monique Evans – irromperam na catwalk em sintonia com a modelada anos 1990/2000 que ainda está por aí, na ativa, tipo Pathy DeJesus e Marina Dias e sílfides fodásticas como Daiane Conterato e Flávia Lucini. Nessa brecholândia de responsa, a elas se uniram atores como Luis Lobianco, José Loreto e Jonathan Azevedo, e personalidades abravanadérrimas, tipo Dudu Bertholini, o performer Gabriel Morgante, de Caravana das Drags e da House of Morgante (passarela de quase um Cazuza rolezando no Baixo Leblon lá pelos idos de 1987), e a travesti Eloína (uma lenda!), que veio sem seus leopardos, mas toda trabalhada na jaguatirica. Funcionou.
Os rapazes da Paradise conseguiram um feito e tanto, entre tantos outros: revelar que a modernidade de Simon Azulay é a mesma deles e que, há 40 anos atrás, a Yes já empunhava bandeiras que Thomaz e Patrick carregam tão bem nas costas. Sim, tanto a Yes quanto eles são grandes; foi a sociedade que ficou pequena!
Para sublinhar o time das bonitas, uma trilha arrasadora bafo. Verdadeiro saladão que incluiu hitões, desde “I Will Survive“, de Gloria Gaynor, a “Ice Babe“, de Vanilla Ice, passando pelo rolê das melhores das pistas de várias décadas em contagiante festa ploc: “Sweet Dreams“, dos Eurythmics, “Twiggy Twiggy“, do Pizzicato Five, Peter Gunn, sucessos do Dire Straits e New Order, tudo junto e misturado com refrões de Wanderléa, Blitz, Sidney Magal, Baby do Brasil, Frenéticas. Dá para resistir?!?
Alexandre Schnabl / asnamanga
ENTRAR NUM BRECHÓ É O MAIS PERTO QUE CHEGAMOS DE VIAJAR NO TEMPO. MAIS DO QUE ANTIQUÁRIOS OU MUSEUS, OS BRECHÓS NOS PERMITEM SENTIR O GOSTO DA VIVÊNCIA DE OUTRORA.
SEMPRE COM SAUDADES DO QUE NÃO VIVEMOS, MAS SEM QUALQUER NOSTALGIA MELANCÓLICA, VIRAMOS RATOS DE BRECHÓS. A GENTE GOSTA DE VER O QUE PERDEMOS EM ACABAMENTO E VALORIZAR O QUE GANHAMOS EM TECNOLOGIA. PROVAR UMA ROUPA DOS ANOS 50 É VISLUMBRAR A SENSAÇÃO DOS NOSSOS AVÓS.
MAS ESSA COLEÇÃO NÃO É SOBRE MODA VINTAGE. O MOOD BRECHÓ VEM DA LIBERDADE QUE O AFASTAMENTO DESSAS DÉCADAS DE REVOLUÇÃO NOS DEIXA TER. COMO VEREMOS, DAQUI A MUITOS ANOS, OS ATUAIS ANOS 2020? IMPOSSÍVEL PREVER, ESTAMOS IMERSOS NESSA EXPERIÊNCIA.
PARA A COLEÇÃO N° 15 DA THE PARADISE, MERGULHAMOS NAS DÉCADAS QUE DEFINIRAM A ESTÉTICA MODERNA E LIVRE DO SÉCULO XX. DE 1950 A 1989, ACONTECEU MUITA COISA, E CADA DÉCADA TEVE A SUA IDENTIDADE CLARAMENTE DEFINIDA. PARA CADA DÉCADA, UMA ESTAMPA. PARA 2023, NOSSA CONTEMPORANEIDADE COM PERFUME VINTAGE E MUITO HUMOR.
MODA É MOOD! QUAL É O SEU HOJE?